Vidas LGBTs importam!
- frentebase
- 22 de ago. de 2017
- 2 min de leitura

Dados revelam que somente em 2016, no mínimo 343 gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais ou transgêneros foram assassinados no Brasil, um número 22% maior do que em 2015 e que representa quase o dobro de 2008. No entanto, estes dados devem ser ainda maiores já que essas vidas são invisibilizadas, seja pela omissão dos próprios familiares e amigos, seja pela ação da polícia e dos órgãos do próprio Estado que não faz nenhum esforço concreto para registrar estas mortes.
Entretanto, estes dados revelam que existe uma relação direta com a crise econômica e o aumento da violência LGBTfóbica. A crise econômica que faz com que a burguesia alimente ainda mais os discursos opressivos para, assim, poder explorar ainda mais negros(as), LGBTs e mulheres. Por exemplo, desde 2008, mais e mais gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis têm sido jogados para os serviços terceirizados, o desemprego e para longe do acesso à moradia, à saúde e à educação.
Contudo, a cumplicidade dos governos petistas com os crimes contra LGBTs não começa exatamente aí. Ao defenderem e aplicarem a fundo os planos neoliberais e governarem para os banqueiros, patrões e latifundiários, tanto Lula quanto Dilma em muito contribuíram para manter os LGBTs à margem da sociedade e dos direitos. Dilma, em particular, colocou ainda mais lenha nesta fogueira quando, para chegar ao poder ao lado de seu vice, foi buscar a benção dos fundamentalistas com a “Carta ao povo de Deus”. Longe de ser uma defesa da liberdade religiosa, era um “manifesto” em defesa da família tradicional (considerada um “sagrado” “baluarte da sociedade” contra “o caos”) e um compromisso de que o governo nada faria em relação ao aborto e os direitos LGBTs.
Uma promessa que foi paga com a entrega de nossos direitos, principalmente nos momentos em que o governo começava a se ver ameaçado pelas denúncias de corrupção. Foi assim, que em maio de 2011, Dilma vetou o kit anti-homofobia que poderia ser um importante instrumento de combate à LGBTfobia no interior do sistema escolar. O veto foi feito depois que os parlamentares da bancada evangélica ameaçaram convocar o então ministro da Casa Civil Antonio Palocci para que ele explicasse a fabulosa evolução de seu patrimônio durante o período em que esteve no poder.
O descalabro foi tamanho que até a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), que sempre apoiou o governo, se viu obrigada a emitir uma nota dizendo que “os direitos humanos de um determinado segmento da sociedade não podem, jamais, virar moeda de troca nas negociações políticas”.
Três anos depois, Dilma, o PT e seus aliados assumiram novamente o papel de cúmplices da violência contra LGBTs ao cederem à pressão dos fundamentalistas e corruptos e engavetarem o PLC 122, que criminalizaria os atos de discriminação ou preconceito de gênero e orientação sexual.
Isto nos mostra a luta dos setores oprimidos não é apenas uma questão de raça, gênero ou orientação sexual. É também uma luta pela vida, uma luta contra a exploração que leva os oprimidos a se submeterem às piores condições de trabalho. É uma luta da classe trabalhadora.
continuação da tese
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