Universidade para os trabalhadores
- frentebase
- 22 de ago. de 2017
- 2 min de leitura

Com a implementação dos planos neoliberais no início dos anos 90, vieram também os questionamentos do aumento do atrelamento do Estado ao imperialismo e às políticas do FMI. Neste contexto, a FASUBRA elaborou o projeto “Universidade Cidadã para os trabalhadores”, em que defende ampliar os espaços democráticos nas instituições de Ensino Superior. Essa iniciativa que foi importante, porém, hoje demonstra que foi insuficiente por seu conteúdo político.
Isto porque essa noção de luta “cidadã” traz o conteúdo de conciliação de classes, que foi incorporado pela CUT, especialmente a partir do aumento dos governos petistas em prefeituras e governos estaduais, já nos anos 90. O programa de conciliação de classes traz o discurso de que é necessário “administrar o capitalismo” e que se deve governar “para todos”, retirando a defesa dos trabalhadores e trabalhadoras, para defender o “cidadão”, que é qualquer um: o trabalhador, o empresário, o banqueiro, o latifundiário e o empreiteiro. Não podemos aceitar essa visão porque essa noção leva uma compreensão de que é possível conviver harmonicamente com a exploração.
Desta forma, é preciso avançar e romper com o conteúdo “cidadão” para ter um conteúdo classista, ou seja, que demarque que nossas lutas devem ser contra os governos e patrões. Afinal, já vimos na prática o que significa a lógica de “Universidade para todos”, slogan dos Governos petistas.
Por outro lado, também reivindicamos os elementos progressivos do projeto, tais como o direito dos TAE se candidatarem para o cargo de Reitor, eleições diretas e paritárias, fim da lista tríplice, direito dos aposentados participarem da vida ativa da Universidade etc. Todas essas reivindicações que são extremamente importantes devem estar conectadas com um objeto central: estar a serviço da luta por uma Universidade Pública, estatal sob controle da classe trabalhadora!
Este é o eixo que defendemos que deva ser o horizonte do Projeto de Universidade da Fasubra, ou seja, um projeto classista de Universidade. Neste sentido, não podemos nos esquecer do importante papel que as Universidades cumprem no internacionalismo, tanto na troca de experiências com estudantes e professores (ainda que raro entre TAEs), como no ensino, pesquisa e extensão colaborativos, através de uma política que relacione as necessidades da classe trabalhadora internacional.
No entanto, o contrário disto, o que vemos é o sucateamento dos já insuficientes projetos internacionalistas de Universidade, como o que está se desenhando para UNILA e que queremos combater.
continuação da tese O desmonte da UNILA e de seu projeto internacionalista Ver a tese completa
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