Proteger a maternidade e a liberdade de escolha
- frentebase
- 22 de ago. de 2017
- 2 min de leitura

A cada 2 dias uma mulher morre vítima de aborto clandestino e mais de 1 milhão de mulheres se submetem a aborto clandestino anualmente. Mas afinal, o que leva tantas mulheres, no mundo todo, a colocarem suas vidas em risco?
Quando uma mulher opta pelo aborto no Brasil, como é proibido, sabe que está colocando sua própria vida em risco. Esta situação acontece porque essas mulheres preferem a morte a viver com o peso que a maternidade indesejada lhes transfere. Isto ocorre porque, mesmo entre as mulheres que desejam maternar não há condições dignas para que as mulheres assumam a maternidade, já que o Estado oferece um sistema de saúde e educação sucateados propositalmente, um mercado de trabalho explorador e a criminalização da pobreza.
Somados ao peso da sociedade machista, as mulheres são abandonadas na maternidade enquanto os homens podem livremente abortar seus filhos quando não voltam a procurar a parceira depois de um ato sexual, quando se negam a usar o preservativo, quando não respeitam a parceira obrigando o ato sexual sem consentimento, quando abandonam a parceira já sabendo da sua gravidez e quando abandonam os filhos. Assim, a responsabilidade sobre a criação dos filhos recai sobre as mulheres. No entanto, não recai igualmente entre as trabalhadoras e as burguesas.
As burguesas – e até mesmo mulheres trabalhadoras com padrão de vida mais elevados – têm condições de praticar aborto seguro, seja legal indo a outros países ou contando com clínicas clandestinas que oferecem alto padrão de atendimento. Já as mulheres trabalhadoras, principalmente as mais pobres, as negras e as que moram nas regiões mais periféricas, são excluídas de todas as oportunidades. Com isso, milhares de vidas são ceifadas ou criminalizadas pela falta de recursos materiais. Por isso, a luta pela descriminalização do aborto é uma luta pela vida das mulheres, especialmente das mulheres trabalhadoras e pobres.
Neste sentido, nós da Frente Base, entendemos que precisamos abrir um debate sincero e honesto em relação ao aborto nos fóruns da Fasubra e das entidades de base. E como forma de proteção à vida das mulheres, temos também que lutar contra a violência machista que mata milhares de mulheres.
continuação da tese 11 anos da lei Maria da Penha e nada a comemorar Ver a tese completa
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