Organizar as trabalhadoras

Diariamente o machismo nos ataca, uma situação que é intensificada com a exploração. Para lutar contra a exploração e o machismo, as trabalhadoras se organizam nos sindicatos. No entanto, quando entramos para essas fileiras de combate também encontramos a realidade do machismo. Isto acontece porque o machismo está em toda a sociedade e os sindicatos não são bolhas, portanto, refletem a sociedade e reproduzem as ideologias machistas. Mas, tendo consciência dessa ideologia nociva, é possível criar mecanismos de combate ao machismo e de fortalecimento das mulheres.

Neste sentido, uma companheira da nossa base realizou um importante estudo sobre a situação das mulheres nos sindicatos da Fasubra. Até o fechamento desta tese, seus estudos não estavam concluídos, no entanto, dados iniciais apontam que, embora a relação de homens e mulheres nas direções sindicais não apresentem valores tão desproporcionais, há uma lógica de divisão sexual do trabalho.

Em contrapartida, nas análises preliminares dos dados um resultado merece destaque: na composição das coordenações ou direções geral, o número de homens e de mulheres se aproxima. Talvez este fato se deva à implementação da pauta das cotas e da paridade representativa no estatuto dos sindicatos. Esta questão pode ser elucidada em investigação posterior, como enfoque no conteúdo desses estatutos.

Ainda assim, evidencia-se que os debates dos últimos períodos já refletem nas direções sindicais e por isso devemos continuar avançando com essa pauta. Além disso, estudos como este são de grande valia para o movimento e inclusive auxiliam na proposição de políticas de combate ao machismo nos sindicatos. Neste sentido, propomos que se tenha um espaço no Confasubra para apresentação destes estudos, como forma de completar o debate sobre o tema.

Além disso, precisamos também romper com a lógica de que as mulheres são feitas apenas para maternar. Por isso, temos que pautar em nossos sindicatos tanto a proteção à maternidade como a liberdade de escolha.

continuação da tese Proteger a maternidade e a liberdade de escolha Ver a tese completa

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