top of page

Gênero e classe


A opressão da mulher é um problema de classe, não de gênero. Tivemos uma mulher na presidência da República no Brasil e nada mudou para as mulheres trabalhadoras. Foi sob sua caneta que foram editadas as MPs 664 e 665 que mudaram as regras da pensão por morte, seguro desemprego, abono salarial e auxílio doença, atacando diretamente as mulheres trabalhadoras. Foi também no Governo de Dilma que foram ignoradas as reivindicações dos movimentos feministas de legalização do aborto e foi ela quem se dobrou à bancada evangélica e recuou ao com o Kit anti-homofobia.

Este exemplo mostra que não é suficiente para garantir avanços e conquistas ter uma mulher na presidência. Só será possível a total libertação da classe trabalhadora com o fim da opressão e da exploração. Para isso, é essencial a discussão e realização de medidas e deliberações que caminhem no sentido do fortalecimento dos setores oprimidos.

MULHERES DE LUTA

No último dia 08 de março, mulheres de todo o mundo deram um grande ponta pé na organização da classe trabalhadora. No Brasil, lutamos contra a retirada de direitos, contra as reformas iniciadas nos governos petistas e continuadas por Temer. As mulheres que foram duramente atacadas com a aprovação da reforma trabalhista e a lei da terceirização, projetos que atendem só aos interesses do imperialismo, serão ainda as mais prejudicadas com a Reforma da Previdência se não for barrada. Isto porque a reforma da previdência ignora a jornada contínua e ininterrupta da mulher, propondo elevar a idade mínima para aposentar aos 62 anos.

Além disso, as mulheres ganham em torno de 30% menos que os homens, ocupando o mesmo cargo. No caso das mulheres negras, a situação é ainda mais grave, chegando a 40% a diferença entre os salários e ocupam os postos de trabalho mais precarizados. Nas Universidades essa situação se acentua com as terceirizações, com as diferenças astronômicas nos salários, refletindo nas relações de trabalho através do aumento dos assédios, exploração e rotatividade de trabalhadoras terceirizadas. Com a chegada da EBSERH nos HUs temos visto o aumento do adoecimento das servidoras, com altos índices de afastamentos e pedidos de aposentadoria, aumentando a falta de trabalhadores.

Vivemos uma conjuntura que tende a acirrar a opressão e exploração nas relações de trabalho e, não muito diferente, nas relações dentro dos nossos sindicatos. A política contra o machismo nos sindicatos muitas vezes não passa das resoluções congressuais das nossas entidades. Precisamos dar um passo à frente, combater internamente os atos de desrespeito, assédio e às vezes até agressões físicas.

Além disto, é preciso também reafirmar o papel protagonista que as mulheres negras, que lutam diariamente contra exploração e ainda sofrem a dupla opressão: por serem mulheres e negras.

Comments


Frente Base - última atualização do site 2020

    bottom of page