Dandara vive! Mulheres negras não param de lutar!
- frentebase
- 22 de ago. de 2017
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O caráter da escravidão continua mesmo após 129 anos da abolição. A mulher negra ainda vive na base da pirâmide social, representa a maior cota no trabalho doméstico, na terceirização, no trabalho informal e no trabalho temporário. Dados do período de 2004 a 2014 constatam esse fato: 39,1% das mulheres negras ainda ocupavam postos precários, com renda de até dois salários mínimos, sem carteira assinada. Só em 2009, existiam 7,2 milhões de brasileiros trabalhando em limpeza, cozinha e manutenção de casas e escritórios, sendo que 61,6% do total, ou seja, 4 milhões eram negros e negras. A taxa de desemprego em 2009 era de 12% entre mulheres negras, comparada a 9% para mulheres brancas. Comparativamente, em termos de escolaridade, em 2011, a taxa de escolarização de mulheres brancas era de 23,8%, enquanto entre mulheres negras era de apenas 9%. Ou seja, os dados revelam que há hierarquia de gênero e raça.
Uma situação que será intensificada com a recente aprovação da reforma trabalhista, levando cada vez mais mulheres negras à miséria e à degradação social. Num país em que 39,8% das mulheres negras são chefiam suas famílias e que há famílias inteiras em que a única renda é o benefício da Previdência, não é difícil imaginar quem mais será prejudicada com a reforma da Previdência.
As mulheres negras começam a trabalhar muito cedo e na informalidade. Diminuir o valor do benefício, colocando abaixo do salário mínimo, bem como dificultar a aposentadoria, aumentando a idade, é uma política de liquidação dos mais pobres. É a volta da lei dos sexagenários do período da escravidão porque muitos morrerão no meio do caminho. É por isso que mulheres não param de lutar!
continuação da tese Organizar as trabalhadoras Ver a tese completa
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