30 horas para todos, sem redução de salários
- frentebase
- 22 de ago. de 2017
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Neste período de crise econômica e política que o país atravessa, a retirada de direitos e ataques à classe trabalhadora tem ocorrido numa velocidade superior ao que vínhamos acompanhando nos governos anteriores, que contaram com a sorte do crescimento econômico como forma de dissimular a implementação das políticas neoliberais. Mas, se por um lado, a mudança na conjuntura, expressa a falência do modelo de colaboração de classes do PT, por outro lado, desmascara que a sanha por lucros colide com direitos inegociáveis, como é o caso dos direitos trabalhistas e da Previdência Social.
É nesta conjuntura que está a luta pelas 30 horas dos trabalhadores e trabalhadoras das Universidades. Uma conjuntura na qual os ataques da burguesia sobre os direitos da classe trabalhadora, vêm ocorrendo de uma maneira rápida e com grandes traições por parte direções burocráticas. Se vemos férias, décimo terceiro, intervalos intrajornadas serem desrespeitados, imagine como ficam pequenas concessões como a redução de jornada! Ao mesmo tempo em que Temer apresenta um PDV, propõe a redução de carga horária com redução de salários, enquanto o desemprego só cresce no país.
Por este motivo, entendemos que esta política que visa ampliar o atendimento de demandas concomitantemente com a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores, chegou ao seu limite dentro dos conselhos universitários e precisa avançar. Neste momento, a luta pelas 30 horas deve entrar nos marcos da reivindicação da autonomia universitária por conta da luta pela própria manutenção das IFES. Precisamos casar esse debate nas Universidades como uma forma de resistência ao projeto de desmonte das Universidades, ampliando o debate para 30 horas para todos, sem redução de salário. O entendimento desta medida deve ser uma forma de enfrentamento ao Governo Temer, em contraposição à MP de redução de jornada com redução salarial.
Não podemos mais ficar apenas no formalismo e partes técnicas, argumentando que é flexibilização da jornada, que vai ser melhor para a instituição, que vai aumentar a produtividade. Nossa defesa tem de ser de demarcar também no classismo, avançar para além dos argumentos técnicos e jurídicos, colocando a luta das 30 horas em seu lugar: é uma luta política por melhores condições de trabalho, uma luta para diminuir ao desemprego, fazendo com que a economia volte a crescer, uma luta por mais concursos públicos, ampliando o direito à educação. É uma luta que disputa um conceito de estado como forma de combate ao modelo neoliberal de Estado e ao Governo. É nestes marcos que também queremos ampliar as discussões sobre carreira.
continuação da tese Carreira: aprofundar o debate sobre concepção de estado Ver a tese completa
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