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2017: o ano que entrou para história


Em 2012 foi registrado um gigantesco aumento das greves no país. Na sequência, vieram as grandes mobilizações de junho de 2013 e a polarização social se intensificou. A própria Fasubra protagonizou greves importantes em 2015 e 2016 e vimos, nesse mesmo período, fábricas sendo ocupadas, a onda de ocupações de escolas e mobilizações estudantis por todo o país. As lutas colocaram a classe trabalhadora e o povo pobre na dianteira do enfrentamento ao ajuste. Foi neste cenário que o ano de 2017 entrou para a história: as lutas passaram a contar com a classe trabalhadora organizada, com as mulheres impulsionando o início das mobilizações no país já no início do ano. Seguindo o chamado da greve mundial de mulheres, o Dia Internacional de Luta da Mulher Trabalhadora, 08 de março, foi fortemente marcado pela luta contra a reforma da previdência, no Brasil, servindo como alavanca para as grandes mobilizações daquele mês. As ruas foram tomadas, as bases pressionavam suas direções sindicais e a necessidade da Greve Geral que já apontávamos há anos atrás virou realidade: o dia 28 de abril entrou para a história do Brasil! Milhões de trabalhadores cruzaram os braços, pararam a produção e a circulação de mercadorias e de pessoas. Foi uma greve política, uma greve contra o Governo Temer e suas reformas. Foi um dia de unidade entre os trabalhadores empregados e desempregados, organizados em sindicatos do campo e da cidade ou em movimentos populares, movimentos de luta contra a opressão e a juventude.

A classe se manteve organizada e realizou um dos maiores atos em Brasília, em 24 de maio. Depois do anúncio em rede nacional dos escândalos de corrupção de Temer, o sucesso da ocupação em Brasília atordoou o Governo, que tentou desmobilizar o movimento através de um violento ataque aos manifestantes em Brasília. O movimento reagiu e a resistência dos trabalhadores por mais de 3 horas às bombas de Temer desgastaram ainda mais seu governo.

Com isso, o Governo Temer muda a tática e passa a apostar na reforma trabalhista. Para garantir a aprovação da reforma, Temer negocia com algumas centrais sindicais a troca do imposto sindical pelo recuo nas mobilizações. Essas negociações foram anunciadas pelas mídias, dizendo que a Força Sindical e a UGT estavam na linha de frente. Embora essas centrais tenham vindo a público desmentir as notícias, mostraram o oposto em suas ações e desmobilizaram a Greve Geral do dia 30 de junho. Na mesma linha, a CUT e CTB que tiveram vários ativistas envolvidos nas mobilizações, através de suas cúpulas, negociavam nos bastidores para desmobilizar o movimento.

Ao puxarem o tapete da Greve Geral, as cúpulas dessas centrais ajudaram a dar sobrevida a Temer e à aprovação da reforma trabalhista. Assim se deu a traição que, diante da possibilidade real da queda de Temer, ao invés de apoiar a força crescente do povo pobre e trabalhador, as burocracias sindicais, preferiram negociar o imposto sindical e aderir um projeto eleitoral chamado de Frente Ampla pelas Diretas Já.

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