Nota da Frente Base sobre a orientação de fim de greve
- frentebase
- 13 de dez. de 2017
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A Frente Base entende que é equivocada a orientação para que as assembleias de base debatam a suspensão da greve para esta semana.
O equivoco reflete graves erros da direção majoritária da Fasubra: erroneamente foi convocada uma reunião do CNG exatamente no dia 5 de dezembro, data de lutas e manifestações.
Ainda que o Informe da Greve oriente a participar das ações pela Greve Geral, é contraditório porque ao reunir o Comando Nacional de Greve, o entendimento que fica para as bases é que o próprio CNG não estava nas ruas reforçando o dia Nacional de Lutas contra a Reforma da Previdência, pela revogação da Reforma Trabalhista e de todos os projetos de leis que retiram direitos dos trabalhadores. Essa atitude é a mesma das Centrais Sindicais que dias antes desmontam a Greve Geral.
A direção alega, também, dificuldades financeiras da federação e dos seus sindicatos de base, que a greve estaria fraca nas bases, que a greve já teria sido vitoriosa devido as duas atividades feitas nos dias 27 e 28 de novembro que pressionara o governo a nos receber, então devido a este “aceno” do governo, o nosso propósito já estaria “cumprido”. Isso ocorre porque a greve foi marcada de maneira burocrática, com o único objetivo de prorrogar o mandato da direção e adiar o Confasubra. Desta forma, a pauta da greve ficou em segundo plano para essa direção majoritária. Com isso, ignoram que a luta contra a Reforma da Previdência e a construção da Greve Geral não se terminou e ainda que terá, no dia 13 de dezembro, reunião com MPOG e MEC.
A semana do dia 13 é semana decisiva em que acontecerá reunião entre MPOG, MEC e FASUBRA, reunião essa considerada de suma importância, pelo CNG: “.... Esse fato é de suma importância, pois a postura do governo no último período foi de ignorar nossos insistentes pedidos de audiência. Como resultado da ocupação do MPOG na madrugada do dia 27 de novembro, o governo pré-agendou a audiência, marcando para o dia 13 de dezembro uma reunião entre Fasubra, MPOG e MEC”.
Não faz sentido encerrar a greve antes da negociação, até mesmo pelo fato de o STJ ter definido prazo para o Governo responder sobre a quebra do acordo de 2015. Esses são graves erros de método, da mesma forma como feita na greve de 2016.
Atitude tal qual fez a CUT, a Força Sindical e as outras centrais pelegas que desmontaram a Greve Geral do dia 05 de dezembro sem consultar a base. Da mesma forma como foi a traição das Centrais que desmobilizaram a Greve Geral e gerou indignação na base, a Fasubra desmonta a greve usando as mesmas justificativas: que o governo Temer não vai conseguir votar nenhuma medida contra nossa carreira este ano, que há o isolamento da greve e certo desgaste em várias bases.
O correto deveria ser a Fasubra concentrar suas forças na luta contra a Reforma da Previdência, organizar a base para a Greve Geral, pressionar as direções pelegas e buscar a maior mobilização possível para crescer a pressão e mostrar nossa força na reunião com o MPOG e o MEC. Só depois desses fatos, poderíamos discutir o encerramento do movimento paredista. Se não fizermos assim, conduziremos nossa base à divisão e desmoralização por ter entrado numa greve que encerrou sem nenhuma conquista ou justificativa. Manter a greve e construir a Greve Geral
Por isso, para nós da Frente Base, a orientação acertada deve de que os trabalhadores e trabalhadoras devem fazer atividades nos seus estados, pressionando o Governo. Temos que mostrar ao Governo Temer que estamos mobilizados e não temos nenhuma confiança neles.
Para isso, temos que construir as mobilizações para o dia 19, data que o Governo pretende colocar em votação a reforma da previdência e que os trabalhadores dos transportes já indicaram como dia para uma possível Greve Geral.
Desta forma, a Fasubra deveria permanecer em greve e traçar todos os esforços para construir e, para somar forças ao indicativo da Greve Geral, a Fasubra deve convocar também as IFEs que não estão de greve a aderirem às mobilizações do dia 19 de dezembro, fazendo atividades de agitação e assembléia geral para votar a paralisação! Se colocar pra votar, o Brasil vai parar!
Assim, para que essa luta se efetive, precisamos retomar a organização dos comitês de lutas contra as reformas, intensificando a luta contra a Reforma da Previdência, se apoiando na unidade da classe trabalhadora como forma de derrotar as reformas de Temer e colocar para fora Temer e todos os corruptos!
Porque sabemos que temos condições de avançar nas nossas lutas e se mantivermos a classe trabalhadora organizada poderemos derrotar todas essas reformas e ainda avançar para destruir esse sistema que nos ataca para construir uma sociedade em a classe trabalhadora não seja mais explorada. Esse é o maior dos nossos objetivos: destruir o capitalismo e construir uma sociedade socialista, sem patrões e sem exploração, com a classe trabalhadora no poder!
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